Não é de hoje que escrevo sobre tecnologias na escola. Meus assuntos preferidos são a evolução humana e a tecnologia em todos os seus campos de atuação. Gostaria de abordar neste ensaio, especificamente sobre o programa utilizado nas escolas públicas para gerenciamento das aulas.
Em um primeiro momento, parece-me muito bom. Há uma tendência de troca do papel pelo digital. A tecnologia já está aí, e não tem volta. As contas de luz, água, cartão, etc. Como consequência inevitável chega às escolas públicas em forma de aplicativo que substitui os diários, boletins e outras burocracias administrativas. No inicio deste parágrafo falei em primeiro momento, explico. O especialista que nos “capacitou” sobre o aplicativo, falou em estar pronto. Ledo engano, nenhum aplicativo está pronto. Uma coisa é utilizar em 100 escolas, outra em 2000 ou mais escolas. Ajustes sempre devem ser feitos. Um programa, por melhor que seja nunca está pronto.
Mas voltemos ao programa em si. Como está em fase de implantação mudanças devem ocorrer. Acho bem interessante que além do professor os alunos e os pais ou responsáveis terão acesso a algumas informações, como presença, notas e atitudinal.
É preciso uma preparação profunda tanto dos professores quanto dos pais e alunos e também dos gestores sobre a importância e uso efetivo desta ferramenta. Se não houver esta real capacitação, o avanço tecnológico acabará se transformando em um meio de perseguição tanto aos alunos quanto aos professores.
Um ponto bem importante também é o convencimento do professor sobre a facilidade e praticidade do uso do programa. Como toda a novidade sempre ocorre certa resistência ao uso. Tem aqueles que são contra as tecnologias, mas logo perceberão que se não se adaptarem aos novos modelos, estarão automaticamente excluídos do processo.
Outra questão a ser aprimorada é a de permitir um maior controle do professor sobre o programa. Até o momento, não podemos realizar um backup (cópia de segurança) na nuvem ou pendrive, se houver um problema na armazenagem da secretaria da escola ou Seduc perderemos os nossos dados. E acreditem nenhum programa é infalível. Gostaria que tivéssemos um controle maior sobre o aplicativo.
Mais um item primordial é a velocidade do acesso à internet nas escolas, deve ser compatível com o uso do aplicativo para que o processo não seja comprometido, não por falta de uso, mas por problemas de logística.
Não abordo aqui os detalhes do programa, por ser este ensaio voltado ao público em geral. Se estivesse dirigindo-me aos administradores logicamente usaria uma linguagem mais técnica e com mais detalhes.
Para encerrar este breve artigo, acredito que o uso de ferramentas tecnológicas na educação é um processo sem volta, assim como hoje pagamentos, contas e ações financeiras estão cada vez mais digitais, a escola também seguirá este caminho. O que precisamos fazer é sempre pensar na segurança, na veracidade e no real uso da informação. Nossa preocupação deve ser em atualizar nossos conhecimentos, não apenas na área que atuamos, pois há tempos que não há espaço para professor de um só assunto. Precisamos estar preparados para a integralização de temas, passando pela tecnologia, sem dúvidas.
Aos pais e responsáveis vale a mesma regra. Interagir com os filhos sobre o uso tecnológico é muito importante, tanto para a segurança dos filhos quanto da própria segurança. A tecnologia é uma aliada da educação e não uma vilã com finalidades de prejudicar o conhecimento. Não lute contra ela, faça o melhor, utilize-a a seu favor.
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