15 de jul. de 2019

A Seleção de...



Normalmente uso este espaço para falar sobre assuntos educacionais. Mas acho importante também abordar temas que num primeiro momento parecem não ter nada a ver com educação, mas que no fundo, dependem dela.
            Gostaria de manifestar minha opinião, que não é recente, sobre futebol, no que diz respeito a nossa seleção. Recentemente a nossa seleção ganhou a Copa América, repito, a nossa seleção, não a de “Cebolinha”, Neymar ou Alisson. Aqui o primeiro problema. O futebol é uma modalidade esportiva coletiva, ao contrário do tênis, por exemplo, que é individual. A não ser na modalidade em duplas.
            Há uma tendência de individualizar esportes coletivos. Alguns leitores podem acreditar que estou aqui montando uma crítica aos meios de comunicação. Não é verdade, estou sim, criticando alguns de seus membros, que querem exaltar ou condenar um esportista especificamente em determinada equipe. Se eu fizesse a condenação coletiva de um meio de comunicação por causa de alguns de seus contratados, estaria incorrendo no mesmo erro, no raciocínio inverso.
Voltando ao tema proposto, usando de uma forma honesta, a última seleção que realmente me empolgou foi a de 1970. Na época, quem tem a minha idade ou mais certamente irá lembrar-se dela, não como a de Pelé, mas sim como a de Rivelino, Pelé, Jair, Tostão... etc, ou seja a Nossa Seleção.
A seleção da Argentina não perdeu porque o Messi jogou mal, mas sim porque o coletivo não funcionou. Provavelmente, se a nossa Seleção não tivesse ganhado a copa, certamente alguém diria porque o Neymar não jogou. Mesmo assim, alguns profissionais do assunto, insistem em “destaca-lo” como jogador “principal”. Com a seguinte manchete: “Mesmo sem seu principal jogador a seleção brasileira venceu a copa”. Não sei você, mas para min, se é para existir um jogador principal, creio que seja o goleiro, não é mesmo. Futebol é coletivo.
O segundo ponto que pretendo abordar neste ensaio é a confusão feita por torcedores e especialistas do assunto em misturar os times dos jogadores com a seleção. Chegamos ao ponto de ter, na partida final, colorados torcendo pelo Peru (Guerreiro) e gremistas para a seleção Brasileira por causa do “cebolinha”. Se não tivesse jogado, não quero nem pensar...O jogador que está defendendo o nosso país está representando-o, e não o time ao qual defende.
Haveria ainda um terceiro ponto, mas este não quero abordar neste artigo por ser muito polêmico e demandar muito tempo, a mistura de política e futebol.
Para finalizar, pois o espaço é curto, nos dois pontos aqui  contemplados está a individualização. Não é só no futebol que está acontecendo, é na maioria dos esportes coletivos, não sei até que ponto é bom ou ruim. Minha ideia neste ensaio é lançar uma sugestão para futuros pesquisadores ou especialistas aprofundar o assunto.


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