Certamente uma das grandes preocupações de nós professores[1], está na significativa quantidade de erros na escrita da Língua Portuguesa. E não me refiro em concordâncias verbais, nominais[2], etc. Refiro-me a grafia das palavras.
Cada vez que recebo um trabalho dos meus alunos, digitado ou não, é um susto ao ler. Erros ortográficos em grande quantidade, inclusive, com palavras simples usadas no dia-a-dia.
É histórico que qualquer língua evolua sempre tendendo a simplificação. Procura-se aplicar na escrita a forma oral, a maneira como pronunciamos para “facilitar” a comunicação. A Língua Portuguesa não é diferente. Basta verificar o exemplo do pronome “você”, que evoluiu de “Vossa Mercê”. (Existe uma gama maior de palavras que foram transformadas pela linguagem popular (Pântano Grande, virou “Pantâno” Grande)
Mas esta não é a desculpa para que os alunos escrevam erroneamente. Agora, não resta dúvida, que a linguagem popular é um oponente difícil de vencer. Considerando a velocidade com que a informação ocorre é obvio que sejam criados “códigos” para uma comunicação mais rápida e, portanto eficiente. Gostaria de lembrar os antigos telegramas que utilizavam abreviações por que se pagava por palavras enviadas. A correspondência comercial e a oficial também utiliza símbolos e códigos. Mas nem por isso, as pessoas que utilizam estes símbolos deixam de escrever textos corretamente. O que quero dizer, é que pode haver a separação de usos da linguagem de acordo com o propósito do texto.
O grande problema do aluno é fazer esta separação, pois ele tende a levar esta linguagem aos textos da aula. O nosso papel é fazer com que o aluno entenda que esta linguagem é valida no MSN, Orkut, etc., mas não é valida para o seu dia-a-dia. O que normalmente argumento com os alunos é que esta linguagem não será válida se ele quiser se comunicar com eficiência com outras pessoas (empregos, órgãos oficiais e outros). Também aconselho a leitura. Ler bastante nos leva, inevitavelmente, a escrever corretamente. Quando leio trabalhos de alunos que escrevem “fasso”, e olha que este erro é até comum, concluo que é apenas falta de leitura.
Concluindo, o aluno deverá dominar mais de um tipo de linguagem (Português, Inglês, “Internetês”, etc.) se quiser ter sucesso profissional, enfim, na vida.
[1] Não só professores de Língua Portuguesa, mas de todas as áreas.
[2] Este erro eu também cometo.
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