2 de nov. de 2013

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO E FAMILIA

            Sou filho de médico veterinário, sou biólogo e na minha infância vivi sempre rodeado de animais como cães e gatos e até outros não tão comuns como perus, galinhas e coelhos. Atualmente também possuo animais de estimação. Posto isto, posso agora abordar o tema que proponho no título deste artigo, que é a relação atual entre as pessoas e seus animais de estimação.
            Percebo, claramente, que muitas pessoas possuem cães, gatos e outros animais de uma maneira mais intensa atualmente. Antes hábito restrito às residências, hoje muito comum em apartamentos.
         Mas quais as razões que levam pessoas a adotar animais? Arrisco-me a levantar algumas questões.
         Para ser mais objetivo, vou falar do “bicho” mais comum adotado como animal de estimação. O cão.
              Três são as razões que levam as pessoas a adquirirem um cão.
Primeira: para companhia, alguns solitários vêem no cão um amigo para as horas de solidão em casa e até um confidente para os momentos mais tensos.
Segunda: como um membro da família. Muito comum em casais que não possuem filho, ou aqueles casais mais idosos. Acabam por tratar o cão como uma “pessoa” da família.
Terceira: como segurança, intimidando ou dificultando as ações dos mal intencionados.
           Em todas as razões existe um perigo em comum. O exagero.
           Devemos tratar o nosso animal de estimação como um ser vivo importante, que merece o nosso respeito, carinho e dedicação, mas nunca esquecendo que ele é um animal, que tem uma história evolutiva assim como nós seres humanos.
Conheço pessoas que dedicam à vida amparando animais, quando na calçada, perto de sua casa existem crianças passando fome e morrendo por falta de assistência médica. Não interpretem mal, por favor, jamais concordaria com maus tratos a animais, mas temos que considerar a ordem das coisas. Somos tetrápodes (quatro membros) assim como os cães. Mas eles são quadrúpedes e nós bípedes, este processo levou milhões de anos, para que pudéssemos liberar as mãos, para melhor adaptação ao ambiente, por isso não tratemos os cães como humanos.

        Minha principal intenção com este artigo é alertar as pessoas para que possuam sim seus animais domésticos, mas não os confundam com pessoas, pois por mais amigo que seu cão possa parecer, na hora da necessidade quem realmente vai lhe ajudar será um ser humano. Não se iluda com fatos heroicos isolados, proporcionados por animais de estimação. Existem muito mais fatos heroicos, no dia a dia, proporcionado por humanos, que se quer são comentados na mídia.
         Há poucos dias vi uma noticia sobre o dono de um cão que morreu e ele ficou até a morte junto ao túmulo do dono. Primeiro isto é fato raro, segundo não é amor é apenas instinto, pois o cão não possui o conceito de morte. Muito menos de sua existência como ser vivo, basta colocar um espelho na sua frente e ele não irá reconhecer-se. Provavelmente irá latir, achando que é outro cão. O cão da reportagem acima, apenas espera o dono em uma possível “volta” como ocorre quando ele sai de casa para o trabalho e para isto ele não mede os riscos que corre.
          Mas não se iludam os animais possuem inteligência, mas não se compara, nem de perto a nossa.

             Este tema é muito amplo, poderia escrever páginas e mais páginas e ainda teria mais assunto. Apenas quis alertar para um problema que vejo cada dia com mais intensidade, que é a tendência em substituir animais de estimação por filhos, o que para a evolução humana é uma péssima ideia.

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