Sou filho de médico
veterinário, sou biólogo e na minha infância vivi sempre rodeado de animais como
cães e gatos e até outros não tão comuns como perus, galinhas e coelhos.
Atualmente também possuo animais de estimação. Posto isto, posso agora abordar
o tema que proponho no título deste artigo, que é a relação atual entre as
pessoas e seus animais de estimação.
Percebo, claramente, que
muitas pessoas possuem cães, gatos e outros animais de uma maneira mais intensa
atualmente. Antes hábito restrito às residências, hoje muito comum em
apartamentos.
Mas quais as razões que
levam pessoas a adotar animais? Arrisco-me a levantar algumas questões.
Para ser mais objetivo, vou
falar do “bicho” mais comum adotado como animal de estimação. O cão.
Três são as razões que levam
as pessoas a adquirirem um cão.
Primeira: para companhia,
alguns solitários vêem no cão um amigo para as horas de solidão em casa e até
um confidente para os momentos mais tensos.
Segunda: como um membro da
família. Muito comum em casais que não possuem filho, ou aqueles casais mais
idosos. Acabam por tratar o cão como uma “pessoa” da família.
Terceira: como segurança,
intimidando ou dificultando as ações dos mal intencionados.
Em todas as razões existe um
perigo em comum. O exagero.
Devemos tratar o nosso
animal de estimação como um ser vivo importante, que merece o nosso respeito,
carinho e dedicação, mas nunca esquecendo que ele é um animal, que tem uma
história evolutiva assim como nós seres humanos.
Conheço pessoas que dedicam à
vida amparando animais, quando na calçada, perto de sua casa existem crianças
passando fome e morrendo por falta de assistência médica. Não interpretem mal,
por favor, jamais concordaria com maus tratos a animais, mas temos que
considerar a ordem das coisas. Somos tetrápodes (quatro membros) assim como os
cães. Mas eles são quadrúpedes e nós bípedes, este processo levou milhões de
anos, para que pudéssemos liberar as mãos, para melhor adaptação ao ambiente,
por isso não tratemos os cães como humanos.
Minha principal intenção com
este artigo é alertar as pessoas para que possuam sim seus animais domésticos,
mas não os confundam com pessoas, pois por mais amigo que seu cão possa
parecer, na hora da necessidade quem realmente vai lhe ajudar será um ser
humano. Não se iluda com fatos heroicos isolados, proporcionados por animais de
estimação. Existem muito mais fatos heroicos, no dia a dia, proporcionado por
humanos, que se quer são comentados na mídia.
Há poucos dias vi uma
noticia sobre o dono de um cão que morreu e ele ficou até a morte junto ao
túmulo do dono. Primeiro isto é fato raro, segundo não é amor é apenas
instinto, pois o cão não possui o conceito de morte. Muito menos de sua
existência como ser vivo, basta colocar um espelho na sua frente e ele não irá
reconhecer-se. Provavelmente irá latir, achando que é outro cão. O cão da
reportagem acima, apenas espera o dono em uma possível “volta” como ocorre
quando ele sai de casa para o trabalho e para isto ele não mede os riscos que
corre.
Mas não se iludam os animais
possuem inteligência, mas não se compara, nem de perto a nossa.
Este tema é muito amplo,
poderia escrever páginas e mais páginas e ainda teria mais assunto. Apenas quis
alertar para um problema que vejo cada dia com mais intensidade, que é a
tendência em substituir animais de estimação por filhos, o que para a evolução
humana é uma péssima ideia.
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